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[Resenha] Virgem - Por Radhika Sanghani

12 janeiro 2018


Título: Virgem
[Virgem #1]
Autor (a): Radhika Sanghani
Páginas: 288
Editora: Fábrica 231 - Rocco
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Sinopse: Ellie Kolstakis tem 21 anos, ótimas amigas, uma boa situação financeira, está terminando a faculdade de Literatura Inglesa e ainda é... virgem. Mas ela está decidida a mudar isso até a sua formatura. Afinal, ela não escolheu esperar até o casamento, muito menos possui restrições religiosas ou está à procura de um príncipe encantado. O fato é que Ellie simplesmente não tem sorte quando o assunto é amor e sexo. Decidida a virar o jogo nos quatro meses que restam até se formar, a jovem divide seu tempo entre o trabalho de conclusão de curso, depilações inusitadas, seu blog, festas, conselhos de amigas e até mesmo tutoriais constrangedores no YouTube, envolvendo-se em situações mirabolantes e, claro, hilárias, da primeira à última página.



Virgem é aquele tipo de leitura que definitivamente não agradará a todos. Logo de cara percebemos que é um livro voltado para o público feminino, e esse, ao meu ver, é sua maior qualidade. Radhika Sanghani personifica em 288 páginas todas as inseguranças que nós mulheres enfrentamos pelo menos uma vez na juventude. Eu, com meus 25 anos me identifiquei com várias situações, e sabe o que é mais incrível, me diverti horrores com aquele sentimento de vergonha alheia por lembrar de alguns fatos que aconteceram comigo.








De forma bem resumida, em Virgem acompanhamos em primeira pessoa o desenrolar de Ellie Kolstakis em perder sua virgindade antes de terminar a faculdade. A jovem se considera uma aberração por ter 21 anos e ser a única que conhece que ainda nunca fez sexo, o que ainda lhe frustra mais é o fato dela não ter escolhido esperar até o casamento, e, muito menos ter feito um voto de castidade. É só por causa de um trauma com depilação íntima e vergonha de mostrar os "Países baixos" devidamente não depilados. Quando tinha 17 anos Ellie ia perder a virgindade com um garoto, só que na hora H o cara caiu na risada por ela ser peluda, frustrada a jovem resolveu se depilar, mas um pequeno acidente fez com que machucasse sua "menina", sendo assim, nunca mais arriscou depilar-se novamente.

"Eu realmente tinha muita autopiedade e ficava choramingando por aí, além de ser egoísta. Mas não éramos todos?"

Agora faltando poucas semanas para terminar a faculdade, Ellie resolve que fará de tudo para se livrar desse fardo. No entanto, assim como toda garota insegura, Ellie comete vários erros resultando na perda de uma querida amiga de infância, um envolvimento com um boy nem tão magia assim e várias situações de vergonha alheia. No meio de tudo isso, a criação de um blog surge para que ela possa compartilhar assuntos femininos com muita crueza de detalhes.




Deu para perceber que Ellie é uma confusão em pessoa, não é?  Ellie é o tipo de personagem que talvez não agrade a todos, tudo dependerá do quanto você se identificará com ela e suas inseguranças. Ela se tornou controversa para mim, pois hora entendia o que ela passava, mas em outra achava que estava pesando no drama. Mas ai que está a magia de Virgem, ele reúne em uma única personagem as inseguranças de todas as mulheres. Ellie passa de forma bem sutil pela jornada do herói. No começo vemos uma jovem fútil, que pensa somente em si, que arrasta todos ao seu redor para seu "grande" problema, e com o passar do enredo as coisas vão mudando fazendo-a crescer de tal forma que senti orgulho de seus avanços ao final da história.




Acho que chegou a hora de dar uma polemizada (Que Deus me ajude hahahah). Agora entro na razão de ter tirado uma estrela do livro. É impossível pra mim gostar 100% da obra porque não concordo com a linha de raciocínio que ela tomou. O que vou falar agora é totalmente de cunho pessoal e essa avaliação dependerá totalmente de pessoa para pessoa.

"- Desculpe, Ellie – ele balbuciou e parou. Respirou fundo e continuou. – Eu acho que sou gay.
– O QUE? – Soltei um grito agudo. – Você é gay? E acaba de me beijar? Porque? Ai meu deus! Eu fiz isso?"

Acho que a forma como é abordada a perda da virgindade nesse livro é muito perigosa. Perigosa, mas porque Stéfani? Bom, além de ser algo pessoal, cada garota tem seu tempo e "sabe" a hora certa. A personagem considera ser virgem uma aberração (ela usa exatamente essas palavras), fora que insinua que aos 13 anos é uma idade legal, quanto mais cedo melhor.  Nesse ponto travei uma batalha pesada comigo mesma porque, desculpe-me quem discorda, 13 anos ainda é uma criança! Estamos vivendo numa era onde estão sexualizando nossas crianças, acho importante falar isso e tomar como exemplo a própria Melody. Nossas crianças estão deixando de ser crianças e parece que a sociedade acha normal. Tenho uma irmã de 15 anos e uma sobrinha de 13, não passa pela minha cabeça que com essa idade a maioria das pessoas considerem que elas tem idade para ter relações sexuais.




Mesmo a personagem chegando ao final da história aprendendo que cada garota possui seu tempo, até chegar nesse ponto, o livro trás muita desinformação sobre esse assunto. Cada corpo é único, da mesma forma que cada "cabeça" também é. Mesmo com 21 anos, Ellie claramente não estava preparada psicologicamente para tomar essa decisão, e o resultado disso é péssimo. Creio que foi intencional por parte da autora fazer as coisas dessa forma para que sua personagem aprendesse com as consequências que seus pensamentos são errados. Não tem como generalizar algo que é pessoal para cada pessoa.

"- Pare já de se sentir mal com você mesma, Ellie Kolstakis – ela disse, imitando uma mãe, antes de apoiar a caneca e me olhar nos olhos. – Quando você não está reclamando de como sua vida é medíocre,  você é engraçada e muito divertida. Por isso acho que você deveria tomar um banho e sentar comigo no sofá para assistir aquela nova série pela qual todos estão obcecados e depois nos arrumarmos para a festa. Que tal?!"

Outra coisa que gostaria de falar é sobre a escrita da Radhika. É simplesmente sensacional, os assuntos foram tratados com crueza de detalhes, e em nenhum momento romantizados, fora que mesmo que o foco principal seja a virgindade, ela aborda outros assuntos femininos com muita sinceridade e realidade. Até mesmo a depilação feminina foi descrita em detalhes! Isso faz com que o leitor se sinta  inserido muito mais rápido na história também. Fora a dose gigantesca de humor que ela insere nas situações que podem ser descritas como vergonha alheia. O livro primeiramente foi publicado em ebook pela Editora Rocco, e por fim em físico. Confesso que a capa do e-book me agrada mais, mas nada que influencie na leitura. Internamente o exemplar está impecável com uma excelente diagramação trazendo conforto na hora de ler.




Enfim, um tanto quanto polêmico e dependente do gosto pessoal e identificação. Virgem, apesar dos defeitos, é uma leitura quase obrigatória ao público feminino. Recomendo o livro principalmente para quem gosta de experiências reais com altas doses de humor.











Stefani Almeida
Arquiteta e Urbanista
Apaixonada por livros, filmes, series
fotos e Funko Pop
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