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[Resenha] A mulher na Janela - Por A.J. Finn

26 março 2018

Título: A mulher na janela
Autor (a): A.J. Finn
Páginas: 352
Editora: Arqueiro
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Sinopse: Anna Fox mora sozinha na bela casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo (muito) vinho, assistindo a filmes antigos, conversando com estranhos na internet e... espionando os vizinhos. Quando os Russells – pai, mãe e o filho adolescente – se mudam para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela família perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando através de sua câmera, ela vê na casa deles algo que a deixa aterrorizada e faz seu mundo – e seus segredos chocantes – começar a ruir. Mas será que o que testemunhou aconteceu mesmo? O que é realidade? O que é imaginação? Existe realmente alguém em perigo? E quem está no controle? Neste thriller diabolicamente viciante, ninguém – e nada – é o que parece. "A Mulher Na Janela" é um suspense psicológico engenhoso e comovente que remete ao melhor de Hitchcock.

Anna Fox é Agorafóbica (medo de sair de casa) devido à um trauma adquirido. Como consequência hoje ela vive reclusa e sozinha na casa onde antes abrigava seu marido Ed e sua filha de oito anos Livy, mas isso não a impede de falar com ambos todos os dias. Com pouco para se fazer, Anna passa seus dias assistindo filmes antigos, fazendo terapia, bebendo vinho, navegando pela comunidade Ágora onde ajuda pessoas através de sua profissão – psicóloga – que estão enfrentando o mesmo trauma, e por fim, espiando a vida de seus vizinhos através da janela pela lente de sua Nikon. Ela imagina cada cenário protagonizado por cada um, as traições, as mentiras, os encontros, o amor, etc...

"Como médica, digo que o paciente precisa estar num ambiente que ele seja capaz de controlar. Essa é minha avaliação clínica. Como paciente, digo que a agorofobia não veio para destruir minha vida: ela agora é a minha vida."

Tudo muda quando os Russells mudam-se para o outro lado do parque. Anna observa o relacionamento perfeito da família, e logo se lembra de sua antiga vida antes da separação. Pai amoroso, mãe atenciosa e filho carinhoso. Observá-los se torna sua obsessão. No entanto essa bolha aparente de felicidade logo estoura quando ela conhece Ethan, filho do casal, e percebe que tudo não passa de uma fachada, pois o garoto carrega traços de abusos doméstico. Sua desconfiança logo se concretiza quando ela conhece Jane Russell, mãe da família.

"[...] Uma doida aos olhos dos vizinhos. Uma piada aos olhos da polícia. Um caso especial aos olhos dos médicos. Um caso perdido aos olhos do terapeuta. Um encarcerada. Longe de ser uma heroína de cinema. Longe de ser uma detetive.
Encarcerada em casa. Afastada da vida."

As duas formam uma breve amizade onde Jane aparece na casa de Anna e elas passam o tempo conversando, bebendo e jogando xadrez. No entanto Anna vê sua vida controlada e segura ser abalada quando testemunha algo através de sua janela e quando conta o que viu ninguém acredita. Mas como poderiam acreditar? Ela bebe, toma remédios e ainda é agorafóbica, mas ela sabe o que viu, e fará de tudo para provar que não é paranoia e que não é alucinação de sua mente perturbada.

"[...] E não venha me dizer o que vi ou deixei de ver. Eu sei muito bem o que vi!"









A mulher na janela se tornou o livro mais difícil do qual já fiz uma resenha. Parece que qualquer coisa que eu fale pode tirar uma completa experiência de leitura, e ele merece ser lido e degustado sem que o leitor saiba muito sobre ele, dessa forma começo dizendo que é um livro que pega todos os clichês e os torna únicos.






A narrativa é feita através do ponto de vista da Anna em primeira pessoa, e devo dizer que esse é,sem dúvidas o maior acerto do autor na obra. É genial acompanhar todo enredo pelo ponto de vista da única personagem da história não confiável. Tudo o que ela fala, faz e age é colocada à prova pela sua forma de vida. Não é somente a sua doença que não a torna confiável, mas sim todo o contexto onde ela mistura remédios fortes com bebida... Muita bebida! Nós como leitores ficamos totalmente perdidos e divididos entre acreditar no que ela fala, vê e sente como também vemos todas as coisas que a contradizem. Parece que tudo na história foi colocado única e exclusivamente para que o leitor questione. Coisas simples podem se tornar enormes. Como por exemplo ela esquecer onde colocou as chaves, ou ela não conseguir desbloquear o celular, ou até mesmo os flashbacks que tem sobre o passado. Tudo levanta as orelhas daqueles que leem trhiller e ficam atentos a cada detalhe para desvendar o que realmente está acontecendo.






Há dois mistérios no livro, a razão pela qual ela virou agorafóbica e a veracidade daquilo que Anna vê através da janela na casa dos Russells. O primeiro pode ser um choque para aqueles que não o descobrirem antes (eu descobri e mesmo assim fiquei um tantinho chocada pela crueza dos sentimentos envolvidos). Já o segundo é algo extremamente perturbador pelo simples fato de não sabermos nada. Cheguei num ponto da história que não sabia o que era o que. Não sabia se ela viu o que viu mesmo, não sabia se estavam armando um complô contra ela. A mente dela é extremamente confusa e o autor colocou diversas situações que a colocavam numa situação de descrença. E esse é o maior ponto positivo do livro. A.J. Finn pegou diversos clichês do gênero e os transformou em únicos. Mesmo que durante a leitura descobri diversos elementos chaves, quando de fato o autor mostra é sensacional porque a explicação é que vale a pena. Ele pegou o clichê e deu um novo sentido a ele. Nada no livro está ali por acaso, tudo foi muito bem pensado para confundir e fazer o leitor pensar.






Contrariando a própria crença da história já que Anna não sai de casa, o livro trás diversos personagens secundários. Como o David, inquilino e faz tudo que mora no porão da casa dela. Também temos a família Russell, com Ethan filho do casal que se mostra um jovem doce e prestativo, como também demonstra traços de que sabe exatamente o que esta acontecendo, mas morre de medo de falar. Além de Alistair Russell que frisa que Anna é maluca e está perturbando sua família, como também os policiais envolvidos na história. Outros personagens importantes na história são Bina, fisioterapeuta e amiga de Anna. Mas os que merecem destaque mesmo são Ed e Livy. Eles conversam sempre por telefone e mesmo afastado Ed dá muitos conselhos e a orienta em momentos difíceis.






Algo que precisa ser dito é que assim como todo thriller bem construído, A mulher na janela começa de forma lenta, apresentando as peculiaridades da personagem, mostrando seu estilo de vida e sua condição. Sou uma pessoa impaciente e gosto de livros agitados e que fluem rápido, no entanto me vi completamente presa após ler cinquenta páginas e queria muito saber o que estava acontecendo. O enredo é previsível em alguns pontos, mas como disse as explicações compensam totalmente. O mais impressionante e a razão de todo frisson em torno do livro é o seu final. O autor conseguiu colocar um plot twist em cima de um plot twist. Fiquei atônita e não imaginava mesmo o final. Tudo fez sentido!






A edição física do livro dispensa elogios. A capa trás muito sobre a história, as linhas horizontais estão em alto relevo e texturada lembrando realmente a uma cortina, além disso, ele trás orelhas em ambas as capas. Internamente o livro é tão belo quanto por fora, as letras estão num tamanho perfeito com margens espaçosas e confortáveis para uma boa pegada. As folhas são amarelas e cada começo de capítulo trás a data do dia em questão e o número do capítulo. Também não encontrei nenhum erro durante a leitura.






Os direitos de A mulher na janela foram comprados para o cinema e logo veremos essa maravilha nas telas. Estou muito ansiosa e querendo saber quem serão os atores e se o filme conseguirá trazer a tona toda a genialidade que o A.J. Finn colocou no papel. Com toda certeza ele ganhou uma fã. Recomendo o livro com força, ele é sem dúvidas um dos melhores livros que li esse ano, e duvido que outro thriller despertará meu interesse como A mulher na janela despertou. O livro envolve, questiona a veracidade da personagem, as situações e ainda nós mesmo como leitores e nossa capacidade de análise e percepção. Enfim, um livrão que merece ser lido.















Stefani Almeida
Arquiteta e Urbanista
Apaixonada por livros, filmes, series
fotos e Funko Pop
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